segunda-feira, 28 de novembro de 2011

mais LITERATA +


Anteontem, sábado [26/11] tive o prazer de ir ao Literata 2 – Fernando Sabino. Esse ano o evento para mim teve um sabor especial - não posso negar: além de rever amigos que há muito não encontrava em Sete Lagoas e conhecer um pouco mais de Sabino, assisti um pouco de Veríssimo: incrível. O engraçado é que a imagem que tinha do Veríssimo dos livros, dos contos, dos textos de jornal se reforçou logo quando pude cumprimentá-lo, antes mesmo do evento começar. O Veríssimo escritor, pelo menos a parte que tive a oportunidade de conhecer, sempre me pareceu um homem sucinto, alguém que diz muito sem precisar usar muitas palavras e eu sempre gostei muito desses textos curtos dele, talvez até porque eu não seja tão suscinto assim. De toda forma, tive outras percepções dele, vi um homem tranquilo e até então, um grande músico que não conhecia. É isso mesmo: além de escrever, ele também consegue arrancar aplausos com o sax nas mãos. Enfim, eu gostaria de finalizar com um pouco de pesar e agradecimento. Pesar por eu não ter tido a possibilidade de assistir mais do evento, de presenciar mais debates, conhecer mais pessoas e participar de oficinas. Mas, fazer o quê? Infelizmente não posso ficar mais tanto em Sete Lagoas e o binômio Engenharia/Universidade gostam muito do meu tempo, fato que também não posso reclamar. A parte do agradecimento dedico aos organizadores, a produção, o apoio, os patrocinadores e todos que estiveram de alguma forma envolvidos com a Literata em Sete Lagoas. A Literata é uma festa fantástica: faz as pessoas respirarem literatura em Sete Lagoas, difunde uma ideia cultural e aproxima do público pessoas que a gente só conhece pelos livros ou pela mídia. Parabéns a cidade por promover um evento como esse e aqueles que abraçaram a ideia. Finalizando, com uma pequena extensão do meu poema para o 7Acordes e aquele desejo que a próxima seja tão boa quanto essa: 

mais LITERATURA mais
mais CULTURA mais
mais POESIA +
+ LITERATA + ...

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Eu quero mais e +

Eu quero que mais pessoas pensem mais
Quero que mais gente sinta mais
Quero que mais seja mais
que mais viva mais
mais acorde mais
mais poesia mais
mais sons +
Mas...

Quero também escutar o que é próximo
ler a poesia que o amigo fez
observar a dança da vizinha
ouvir a música nossa
ir a peça na cidade
e admirar a beleza da atriz
que por ai conheci.

Quero também as músicas que nascem das Lagoas
Quero a poesia que alguém declamava na praça
e ouvir melodias que o vento consagra no beijo.
Eu quero arrepiar com o coro da juventude 
e sentir a liberdade que brota na Serra.

Eu quero mais
mais cine e cena mais
mais vez e voz mais 
mais fotografia mais
mais acordes mais
mais cultura + 
e +...

Eu quero mais 7
mais Lagoas
mais...
e +... 

Eu quero 7 acordes novos
Quero acordes que me façam acordar
Repensar
cantar e sorrir
sorrir e vibrar
vibrar e sentir
e +...

Eu quero movimentar e ser movimento
Eu quero enxergar a emoção do ator
e ver a platéia com ele se emocionar também...
Eu só quero...
e quero só...
Eu quero Movimento.
Eu quero 7 Acordes.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Nem tanto pão, muito circo...


No circo, o objetivo é alcançado quando se arranca aplausos e risos da platéia: o palhaço se alegra quando todos caem na gargalhada, o malabarista, quando as palmas soam como elogios e o mágico, quando vê que o público - com gritos de espanto - foi iludido por seus truques. E assim, esses 'atores' se satisfazem com a máxima: “Missão dada é missão cumprida!”. Meus amigos, no circo existem grandes 'atores' e uma platéia que paga caro pelo espetáculo. Nada contra o circo, parte da platéia tem se divertido bastante e aqueles 'atores' tem sido bem remunerados...

As prefeituras e governos têm trabalhado duro. Ao menos, é isso que vemos nas fotos e no discurso repetitivo de 'obras' e 'realizações' sustentados pelos funcionários e por pessoas que de 'certa forma' estão ligadas ao poder. Alguém duvida? O mais marcante é que nas propagandas tudo é muito belo e a impressão que fica é que estamos quase no paraíso. Trabalhado duro, o circo também tem. Sempre vemos nessas propagandas as mais incríveis realizações que nos foram concedidas por tais poderes. 


Quando olhamos aquelas fotos lindas e os números tão expressivos de investimentos (cifras milionárias escritas nessas fotos), criamos a certeza que estamos em boas mãos, que somos bem servidos pelo poder público e que sobretudo, estamos no caminho certo. E se ainda rolar um show bacana? Melhor, uai! A gente ainda se diverte! Caso estivéssemos no circo, o mágico estaria rindo por dentro pois seu objetivo fora alcançado: todos acreditaram que em seus truques realmente existe algo espetacular ou milagroso. Se estivéssemos no circo, o dono deste estaria mais satisfeito ainda: a plateia além de aplaudir e pagar pelo espetáculo, com certeza votaria, aliás, voltaria na próxima oportunidade. Os 'atores' fizeram um bom trabalho e o espetáculo fez a plateia sorrir e sonhar. As vezes, nos iludimos no circo, mas que mal há nisso?


No circo, só não se gosta quando parte da platéia vaia e quando os tomates aparecem. O palhaço que antes ria, fica triste. O mágico que antes iludia a todos, tem seus truques desvendados e sob aquelas tendas, existe uma platéia que não se alegra tanto assim. Aí, quando parte da platéia, insatisfeita, começa a falar algo do show, vem logo a coerente resposta do porta-voz circense: “Não pode! O circo não pode ser criticado! Por quê? Porque o circo trabalha duro! E mesmo que a platéia não goste, que não fale! O circo tem feito um 'bom trabalho'. ”. Aqueles 'atores' não querem e nem gostam de ser criticados. A visão que se tem no circo é que mesmo que a platéia pague, o espetáculo não é dela. Primeiro o circo, depois a platéia.


Quando ainda estava no Ensino Fundamental, li em um livro de História sobre Roma Antiga uma expressão que não saiu da minha cabeça: pão e circo. Esse binômio foi a base para o controle do Estado Romano sobre o povo: o Estado dava alimentos e espetáculos para a população que respondia com apoio ao poder instituído e silêncio, aos problemas vividos. O pensamento da plebe romana era mais ou menos esse: “se o Estado nos presenteia até com espetáculos no Coliseu, há motivos para reclamar? Tudo vai bem! Não precisamos de mais nada.”. Se estivéssemos nessa Roma, restaria saber quando iriam começar a distribuir os pães...






terça-feira, 23 de agosto de 2011

Nós e a política...


É muito claro para todos que a economia brasileira se consolidou no cenário internacional, se desenvolveu e adquiriu credibilidade nos últimos 15 anos. Juntando a tudo isso ou como consequência disso houve o aumento do consumo e parte considerável da população migrou da pobreza para as classes médias. Você mesmo, meu caro leitor, talvez tenha adquirido bens que ainda não possuía tais como carro, geladeira, micro-ondas, eletro-eletrônicos, etc...

O interessante é que no caso do carro, por exemplo, as melhores condições para o consumo não refletiram em melhorias nas condições de uso do veículo. Serei mais claro: as ruas estão cada vez mais esburacadas (algumas são intransponíveis e nem estamos em época de chuvas frequentes), a gasolina atingiu preços recordes esse ano (em Sete Lagoas, chegou a mais de R$ 3,00 o litro), o IPVA e todas as outras taxas relativas a veículos não diminuíram um centavo sequer e a receita do governo continua a bater recordes. O fato é: o governo tem cada vez mais dinheiro, mas é cada vez mais ineficiente em aplicar esse dinheiro para a melhoria das nossas vidas.

Mas vamos ser honestos com a gente, muitas vezes (ou quase sempre) nos preocupamos apenas com nosso umbigo. Um exemplo? Logo que conseguimos comprar o carro, nos importa pouco se as ruas estão esburacadas, o máximo que fazemos é reclamar por alto, citar o nome do prefeito, até tentamos citar o nome de um ou outro vereador mas essa tarefa é mais complicada: quem disse que lembramos dos últimos vereadores em quem votamos? Meus caros, o que vou dizer aqui se aplica a grande maioria da população: quando agente vota, A GENTE NÃO TEM COMPROMISSO. Se nos esquecemos até o nome dos vereadores e deputados como poderemos cobrar deles, exigir nossos direitos, protestar e fazer valer nossa voz? É como se você comprasse um produto defeituoso em uma loja e se esquecesse o nome dela. Nesse caso, duvido muito que você iria se esquecer, dói DIRETAMENTE no seu bolso e a melhor forma de mobilizar o brasileiro é mexer no bolso. Diga-se de passagem os protestos da alta de combustíveis que aconteceram há poucos meses por todo o país...

Bem, o caso da urna, da alienação política, também mexe com o seu bolso - com o nosso bolso - pena que a maioria não vê isso de uma forma tão direta assim. Você já pensou quanto recebe um vereador, o prefeito, os deputados? Já pensou que o dinheiro que os paga sai do bolso de cada cidadão, inclusive do seu? Um vereador em Sete Lagoas recebe aproximadamente R$ 6.300,00 (seis mil e trezentos reais) e tem apenas uma obrigação: ir à Câmara as terças-feiras, onde fica de duas até as seis da tarde (eventualmente o horário pode se estender até as sete da noite). E o que os vereadores tem feito nesse “enorme tempo de trabalho”? Nomeado ruas, discutido o aumento salarial deles mesmos e propondo aumentos na conta de água do SAAE. Se pelo menos eles lesgilassem sobre questões que melhorassem nossas vidas... Eu poderia aqui citar outros exemplos, falar do prefeito ou comentar as esferas estadual e federal, mas não quero alongar demais e o resumo de tudo é o seguinte: o governo cobra muito caro e pouco nos oferece, o governo está pesado demais nas nossas costas...

De toda forma, é importante ressaltar algumas posições. O primeiro ponto é a juventude de nossa Constituição e democracia: nós só voltamos a participar ativamente do processo eleitoral no ínicio da década de 90. O segundo fato é que a maturidade política está aumentando: o brasileiro de hoje pensa mais para votar e houve uma redução gigantesca da eleição de candidatos que compram votos. Mas insisto, o que mobiliza o brasileiro é a distorção política que gera a fadiga natural dos processos mal administrados: escândalos políticos, problemas graves de segurança pública, alta de preços de alimentos e combustíveis, hospitais que não cuidam da população, sucateamento da educação, os pesados impostos, etc...

Concluindo, não precisamos de populismo nem desse modelo de estado sanguessuga, precisamos de políticas públicas eficientes e propostas para melhorar a vida de todos. Precisamos de líderes que esqueçam um pouco o seu umbigo para pensar a frente, que abandonem a mesquinhez partidária e que pautem suas atitudes não para sua própria glorificação, mas voltados para sanar as necessidades que nós, como comunidade, temos. Porque o líder populista pensa na próxima eleição, o líder político, pensa no futuro.