No circo, o objetivo é alcançado quando se arranca aplausos e risos da platéia: o palhaço se alegra quando todos caem na gargalhada, o malabarista, quando as palmas soam como elogios e o mágico, quando vê que o público - com gritos de espanto - foi iludido por seus truques. E assim, esses 'atores' se satisfazem com a máxima: “Missão dada é missão cumprida!”. Meus amigos, no circo existem grandes 'atores' e uma platéia que paga caro pelo espetáculo. Nada contra o circo, parte da platéia tem se divertido bastante e aqueles 'atores' tem sido bem remunerados...
As prefeituras e governos têm trabalhado duro. Ao menos, é isso que vemos nas fotos e no discurso repetitivo de 'obras' e 'realizações' sustentados pelos funcionários e por pessoas que de 'certa forma' estão ligadas ao poder. Alguém duvida? O mais marcante é que nas propagandas tudo é muito belo e a impressão que fica é que estamos quase no paraíso. Trabalhado duro, o circo também tem. Sempre vemos nessas propagandas as mais incríveis realizações que nos foram concedidas por tais poderes.
Quando olhamos aquelas fotos lindas e os números tão expressivos de investimentos (cifras milionárias escritas nessas fotos), criamos a certeza que estamos em boas mãos, que somos bem servidos pelo poder público e que sobretudo, estamos no caminho certo. E se ainda rolar um show bacana? Melhor, uai! A gente ainda se diverte! Caso estivéssemos no circo, o mágico estaria rindo por dentro pois seu objetivo fora alcançado: todos acreditaram que em seus truques realmente existe algo espetacular ou milagroso. Se estivéssemos no circo, o dono deste estaria mais satisfeito ainda: a plateia além de aplaudir e pagar pelo espetáculo, com certeza votaria, aliás, voltaria na próxima oportunidade. Os 'atores' fizeram um bom trabalho e o espetáculo fez a plateia sorrir e sonhar. As vezes, nos iludimos no circo, mas que mal há nisso?
Quando olhamos aquelas fotos lindas e os números tão expressivos de investimentos (cifras milionárias escritas nessas fotos), criamos a certeza que estamos em boas mãos, que somos bem servidos pelo poder público e que sobretudo, estamos no caminho certo. E se ainda rolar um show bacana? Melhor, uai! A gente ainda se diverte! Caso estivéssemos no circo, o mágico estaria rindo por dentro pois seu objetivo fora alcançado: todos acreditaram que em seus truques realmente existe algo espetacular ou milagroso. Se estivéssemos no circo, o dono deste estaria mais satisfeito ainda: a plateia além de aplaudir e pagar pelo espetáculo, com certeza votaria, aliás, voltaria na próxima oportunidade. Os 'atores' fizeram um bom trabalho e o espetáculo fez a plateia sorrir e sonhar. As vezes, nos iludimos no circo, mas que mal há nisso?
No circo, só não se gosta quando parte da platéia vaia e quando os tomates aparecem. O palhaço que antes ria, fica triste. O mágico que antes iludia a todos, tem seus truques desvendados e sob aquelas tendas, existe uma platéia que não se alegra tanto assim. Aí, quando parte da platéia, insatisfeita, começa a falar algo do show, vem logo a coerente resposta do porta-voz circense: “Não pode! O circo não pode ser criticado! Por quê? Porque o circo trabalha duro! E mesmo que a platéia não goste, que não fale! O circo tem feito um 'bom trabalho'. ”. Aqueles 'atores' não querem e nem gostam de ser criticados. A visão que se tem no circo é que mesmo que a platéia pague, o espetáculo não é dela. Primeiro o circo, depois a platéia.
Quando ainda estava no Ensino Fundamental, li em um livro de História sobre Roma Antiga uma expressão que não saiu da minha cabeça: pão e circo. Esse binômio foi a base para o controle do Estado Romano sobre o povo: o Estado dava alimentos e espetáculos para a população que respondia com apoio ao poder instituído e silêncio, aos problemas vividos. O pensamento da plebe romana era mais ou menos esse: “se o Estado nos presenteia até com espetáculos no Coliseu, há motivos para reclamar? Tudo vai bem! Não precisamos de mais nada.”. Se estivéssemos nessa Roma, restaria saber quando iriam começar a distribuir os pães...